sexta-feira, 7 de junho de 2013

ESCOLA DE BELAS ARTES DO MARANHÃO

       No século XIX, São Luís não foi contemplada com a criação de nenhuma escola ou academia de belas artes, embora houvesse bom número de artistas estrangeiros e maranhenses. No entanto, tal panorama mudaria ainda no primeiro quartel do século XX, com chegada em 1915, do pintor cearense José de Paula Barros (c. 1875 - 1926), procedente de Belém do Pará.
Esse artista fixou residência em São Luís e fundou no mesmo ano de sua chegada uma escola de desenho e pintura[1], contribuindo assim para a formação de vários artistas.
Posteriormente, Paula Barros participou da criação da Escola de Belas Artes do Maranhão, juntamente com José Lentini, Fran Paxeco, Da Costa e Silva, Antonio Lopes, Jacinto Aguiar, Francisco Furiati e outros.
Essa instituição foi criada em 1922 e funcionou por cerca de oito anos, primeiramente no Casino Maranhense e a partir de 1926 no prédio onde funcionou o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, na Avenida Magalhães de Almeida. Posteriormente, a Academia de Belas Artes foi reativada por Telesforo de Moraes Rego e alguns outros artistas.
Pelas suas próprias limitações, essa Escola oferecia apenas três cursos: música, artes plásticas e declamação. Paula Barros ministrava desenho e pintura. Além dele, lecionaram também nessa escola, os seus ex-alunos Levy Damasceno Ferreira, Rubens Damasceno Ferreira e Arthur Marinho.

Os discípulos de Paula Barros e a pintura de casario

         Em São Luís, o casario é um tema bastante comum em pinturas, gravuras, fotografias e desenhos. Os primórdios desse gênero pictórico são encontrados ainda no século XIX, nas paisagens e vistas urbanas de Righini e Hagedorn, assim como nos álbuns fotográficos antigos. No entanto, tornou-se temática recorrente somente no início do século XX, através das produções e do ensino artístico dos ex-alunos de Paula Barros.
         Desse grupo de discípulos de Paula Barros destacaram-se: Arthur Marinho, Rubens Damasceno, Telésforo de Moraes Rêgo Filho, Newton Coelho Pavão e Amena Varella (Amina Paula Barros), formadores de gerações de artistas.
Dos artistas citados, Amena Varella, a única mulher, foi pioneira conseguindo destacar-se num meio totalmente dominado por homens. Ela conseguiu ter identidade e espaço próprios, superando preconceitos e provincianismos cristalizados no meio artístico de São Luís.
Vale lembrar que anterior a ela, apareceram várias mulheres estudantes de desenho e pintura, mas devido às relações de gênero da sociedade maranhense da época, a mulher até o início do século XX, tinha a arte na sua formação e execução apenas como uma prenda.





[1] Funcionava no prédio onde atualmente localiza-se a Academia Maranhense de Letras e teve duração de dois anos (1915/16).

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