quarta-feira, 3 de setembro de 2014

REVIVESCÊNCIA: a vida e a arte dos Paula Barros


BREVE NAS MELHORES LIVRARIAS



PRÓLOGO

                Era uma quarta-feira chuvosa em São Luís. Eu me dirigia apressadamente ao Arquivo Público, na Rua de Nazaré, para devolver ao pesquisador Luiz de Mello um exemplar da sua “Cronologia das Artes Plásticas” que estava comigo.  Assim que cheguei à Rua Portugal a chuva interrompeu a minha viagem. Com medo de molhar o livro, busquei abrigo. Por sorte consegui chegar até o Museu de Artes Visuais. Cumprimentei alguns amigos que trabalham lá, e para passar o tempo subi para rever o seu velho acervo e verificar se havia alguma obra exposta que eu ainda não conhecesse.
          Chegando ao segundo pavimento corri os olhos pela sala principal e reconheci todas as obras. Decidi então observar de uma das janelas da sala a chuva torrencial lavando os telhados dos velhos casarões da Praia Grande. Fiquei alguns minutos hipnotizado nessa contemplação quando algumas vozes vindo do lado direito da sala despertaram a minha atenção. Observo Seu Bartô[1] acompanhado por dois estagiários (guias/mediadores) do Museu.
         O diálogo entre eles era motivado por uma velha tela retangular que representava uma vista panorâmica de São Luís a partir da foz do rio Anil. Era uma pintura de Amina Paula Barros, importante artista maranhense da primeira metade do século XX. Já cansado de ver a chuva castigar os telhados resolvi me aproximar dos três e pedi licença para participar da conversa:
         – Olá Seu Bartô, tudo bem?! – Oi João Carlos!– respondeu ele, e em seguida me apresentou a Marta e Paulo, os dois estagiários.
         – O João Carlos é um pesquisador da arte maranhense, talvez ele possa tirar a nossa dúvida! – Essa edificação com palmeiras à frente representada na pintura é o Convento das Mercês ou o Palácio dos Leões? – perguntou Seu Bartô.
         – É o Palácio! – respondi com convicção.
– Eu havia falado que era o Palácio. – comentou Seu Bartô – Mas eles questionaram se não seria o Convento das Mercês.
Expliquei detalhadamente porque era o Palácio e comentei que já pesquisava aquela artista e as suas obras há bastante tempo. Ela, inclusive, havia sido tema de uma monografia de graduação do Curso de Licenciatura em Educação Artística da UFMA, de Cinthia[2], uma amiga minha.
         Quando eu falei que Amina fora casada com um famoso artista cearense que havia trabalhado na decoração interna do Teatro José de Alencar, em Fortaleza, eles se interessaram pelo assunto. E como a chuva não dava nenhum sinal de que iria parar nas próximas horas, decidimos sentar ali mesmo para conversarmos sobre Revivescência: a vida e a arte dos Paula Barros, um pequeno livro que eu estava concluindo sobre o casal José e Amina Paula Barros.






[1] Bartolomeu Falcão Mendes (1956), funcionário do Museu.
[2] No ano de 2008, Cinthia Naila Corrêa Frazão defendeu a Monografia: “Amina Paula Barros (Amena Varella) e a presença feminina nas artes plásticas maranhense na primeira metade do século xx”, no Curso de Licenciatura em Educação Artística da Universidade Federal do Maranhão.  Habilitação Artes Plásticas. Obteve nota 10.

3 comentários:

Anônimo disse...

Mais um novo trabalho que irá enriquecer o cenário da pesquisa em artes plásticas, parabéns! João Carlos.
Monica Rodrigues de Farias

Mariana Dutra de Paula Barros disse...

Olá João Carlos! Este livro foi publicado? Como consigo um exemplar? Muito Obrigada, abraços, Mariana Dutra de Paula Barros

João Carlos Pimentel Cantanhede disse...

Olá Mariana, entre em contato comigo pelo email jcpcantanhede@hotmail.com