Posterior à arte tupinambá em São
Luís, temos a arte sacra católica, manifestada na arquitetura das igrejas e
conventos, nas pinturas de forro, nos altares, e principalmente na imaginária. A
qual por influência dos artesãos índios, negros e mestiços, adquiriu
características próprias:
cabelos enrolados e caídos sobre os ombros, bochechas grandes, roliças e
arredondadas, proporções atarracadas, olhos amendoados, rosto largo, orelhas cobertas
pelos cabelos e pescoço grosso.
Um dos poucos artistas
conhecidos do período colonial não pertencente ao campo da arte sacra foi José Luiz da Rocha (1744 – primeiro
quartel do século XIX). Sobre esse artista e as suas produções, Coutinho
comenta:
Para que seu nome ficasse, como agora fica
registrado nas páginas de nossa história, basta que alguém contemple com os
olhos e espírito de artista as belezas das fontes das Pedras e do Ribeirão,
nascidas, em sua prancha de desenhista, de sua maestria como construtor civil.
A primeira, a das Pedras [...], não era, nem poderia ser, nenhuma obra de arte,
senão uma bica a jorrar da encosta da ladeira da rua das Crioulas, que descia
no rumo do atual Portinho. Mas, a frontaria e carrancas ali até hoje existentes
nasceram das mãos do desenhista e das orientações do mestre-de-obras notável, o
pardo-fidalgo José Luiz da Rocha.[1]
Ele era natural de São Luís. Mulato, filho de
um português com uma negra. Desempenhou as atividades de pintor, desenhista,
arquiteto, engenheiro e militar, chegando ao posto de coronel. As suas obras
mais significativas foram: reforma da Fonte das Pedras e construção da Fonte do
Ribeirão.
Mas,
a arte em São Luís só toma impulso, efetivamente, a partir do século XIX. Época
com grande fluxo de viagens entre São Luís e a Europa, de onde vinham
companhias líricas para se apresentarem no Teatro, e também artistas, a maioria
deles apenas com passagens rápidas.
Tais artistas buscam
novos mercados, visto que a maioria enfrentava um mercado saturado, e não
conseguia se estabelecer em seus países pela qualidade razoável de seus
trabalhos, ou também por, normalmente, não estarem adaptados aos novos estilos
e padrões da arte oitocentista europeia;
Também contribuía para a
vinda deles, o fato de São Luís e outras cidades brasileiras como Rio de Janeiro,
Recife e Salvador possuírem um crescente mercado consumidor ansioso por copiar
hábitos e costumes europeus, principalmente a partir da chegada da família real
portuguesa ao Brasil em 1808.
Por São Luís também passaram
as chamadas expedições científicas e missões artísticas, das quais normalmente
faziam parte, artistas com finalidade de fazerem os registros visuais das
pesquisas.
[1] Coutinho, Milson. Fidalgos
e barões: uma história da nobiliarquia luso-maranhense. São Luís: Instituto
Geia, 2005, p. 171.
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